25/04/2008

Assuntos da semana

O primeiro assunto é a segunda parte do evento promovido pela ABA / RJ (Associação Brasileira de Anunciantes/RJ).

  • A redução, a reciclagem e a reposição da água é uma das maiores preocupações da Coca-Cola. Por isso, a eliminação dos focos de desperdício, a busca por fontes alternativas e a ajuda para reabastecimento de aqüíferos têm sido uma constante no planejamento socioambiental de seu Instituto. (Leia a íntegra)

O segundo é a cobertura que fizemos do 21o Encontro da ABERJE Rio (Ass. Brasileira de Comunicação Empresarial/RJ), com Judy Rodgers, diretora da Ong Imagens e Vozes de Esperança.

  • Judy Rodgers disse que o Brasil tem se tornado um país de destaque no que tange à questão social. Para exemplificar, ela lembra que no mesmo ano em que tomou posse como diretora do Imagens e Vozes de Esperança, em 2003, o ex-Secretário-Geral da ONU, Kofi Anan, reuniu vários líderes empresariais e sociais do mundo todo e apenas um país dispunha de mais de uma mesa no evento: o Brasil. (Veja a matéria completa aqui)

E the last, but not the least: uma entrevista com a antenada publicitária Nádia Rebouças, da Rebouças & Associados.

  • "Está decisivamente chegando um novo mundo que interfere nos negócios. Então o que temos são reações diferentes das empresas. Estágios de percepção e ação frente a novas realidades. As maiores, especialmente as que têm ações negociadas em bolsa, reagem mais rápido." Saiba mais.

Entrevista com Nádia Rebouças

Nádia Rebouças é publicitária e já há um bom tempo vem se destacando por suas idéias e projetos interessantes na área de Comunicação e Responsabilidade Social. Sua empresa, a Rebouças & Associados, é conhecida por desenvolver processos inovadores de comunicação estratégica.

Ao tomar contato, durante a Eco-92, com o chamado Terceiro Setor, Nádia passou a mapear e participar de algumas ações sociais, e foi descobrindo, aos poucos, de que forma a comunicação poderia ser utilizada para sensibilizar sociedade civil, governo e empresas para as questões sociais.

Hoje ela está totalmente antenada com as tendências na área social. Um dos eventos aos quais ela, recentemente, aliou o seu nome foi realizado na Firjan. O tema abordado, “A transformação através de mídias e estratégias de comunicação”, teve como palestrante a diretora da ong Imagens e Vozes de Esperança, Judy Rodgers, e Nádia foi a responsável pela abertura do evento.

Após o encontro (veja detalhes aqui), Nádia nos concedeu uma breve entrevista, que transcrevemos a seguir.



Focus Voice: O que está faltando para as empresas, como um todo, aderirem à Responsabilidade Social? Por que apenas poucas empresas, em geral as maiores, aderiram a esta prática até agora?

Em menos de 5 anos, nós temos profundas transformações nas escolhas, , na forma de comprar, na consciência da violência, no nível de informação gerado pela internet, na própria crítica ao papel da mídia e da publicidade, além de milhares de outros novos fatores (Procon, Conar). ). Está decisivamente chegando um novo mundo que interfere nos negócios. Então o que temos são reações diferentes das empresas. Estágios de percepção e ação frente a novas realidades. As maiores, especialmente as que têm ações negociadas em bolsa, reagem mais rápido.

Mesmo sem acreditar, sem saber muitas vezes como, (as empresas) vão melhorando seus processos, vão sendo pressionadas por seus empregados e consumidores e acabem trilhando o caminho. Não temos que cobrar, temos que estimular e ajudar o caminho. Tenho sido surpreendida por transformações inesperadas. Por isso creio e sigo.


Focus Voice: Que tipo de comunicação deve ser feita para sensibilizar os empresários neste sentido?

A COMUNICAÇÃO INTERNA dentro das organizações é fundamental. Não acredito que nenhum empresário não deseje ter empregados cidadãos. Apagar as luzes, economizar água, ser responsável pelos recursos na produção é benéfico não só para o planeta mas para os custos operacionais de uma empresa.

A COMUNICAÇÃO PUBLICITÁRIA é essencial. A IMPRENSA é fundamental. Além disso, o que estão fazendo com a comunicação? Projetos como o Kabum, da Oi Futuro, levam os jovens a fazer sua própria comunicação.

Precisamos de confiança na capacidade da comunicação, o oxigênio da sociedade para nos levar a respirar um novo tempo. Que tipo de comunicação? Todas. Por isso virei minha vida de publicitária para a totalidade da comunicação. Ela ficou tão fundamental que eu não podia mais ficar com uma forma de comunicação apenas. Quero o potencial de todas.


Focus Voice: Que tendências você vê na implementação da Responsabilidade Social nas empresas brasileiras?

Vejo a ampliação das percepções. Temos que caminhar para uma visão sistêmica da realidade. Governos têm que se aperfeiçoar muito, melhorar especialmente a gestão e o apreço por resultados. Valorizar o funcionário público com perfil técnico. Todos temos que fazer um pacto contra a corrupção. As Ongs têm que vencer os preconceitos e entender seu importante papel de estimular as conversas entre setores, ao invés de ficar preso a preconceitos do século passado. Na prática todos temos que entender que só juntos vamos mudar a realidade.

A mídia e a publicidade vão perceber, cada vez mais, seu papel de educadores de um novo cidadão, que consome, dá lucro às empresas que merecem lucro, porque estão focadas no lucro da humanidade que ainda virá para esse planeta. RS no futuro não poderá fugir de uma educação para a espiritualidade e, veja, não estou falando de religião, estou falando de energia que constrói.
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A mídia influenciando comportamentos do bem

“A transformação através de mídias e estratégias de comunicação” foi o tema do 21o Encontro da ABERJE (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), realizado no último dia 15 de abril na Firjan.

A palestrante do encontro foi Judy Rodgers, diretora da Imagens e Vozes de Esperança, organização não-governamental cuja missão é ampliar o diálogo com os veículos de comunicação para fortalecê-los na divulgação e inspiração de novos comportamentos e idéias para uma sociedade mais justa.

O crescimento da Responsabilidade Social no mundo é, segundo Judy, um fato indiscutível. “Há dez anos, ou mesmo cinco anos, era muito difícil falar deste assunto com os empresários”, disse ela.

Hoje, um gigante como a Wal-mart adquire produtos orgânicos da Turquia, mudando significativamente para melhor a economia daquele país, o que mostra, segundo Judy, como as empresas já estão mesmo levando a sério o tema da Responsabilidade Social.

Algumas delas chegam a ir fundo na busca de novos modelos de desenvolvimento. A MacEricsson, por exemplo, encaminhou 100 de seus funcionários para conviver com pessoas pobres, de forma a entender o que eles querem e precisam, e assim poder desenvolver novos produtos inseri-los no mercado consumidor.

Judy Rodgers disse que o Brasil tem se tornado um país de destaque no que tange à questão social. Para exemplificar, ela lembra que no mesmo ano em que tomou posse como diretora do Imagens e Vozes de Esperança, em 2003, o ex-Secretário-Geral da ONU, Kofi Anan, reuniu vários líderes empresariais e sociais do mundo todo e apenas um país dispunha de mais de uma mesa no evento: o Brasil. E só havia um palestrante além do próprio Anan: o Presidente Lula.

Antes de encerrar o encontro, Judy pediu à platéia para responder três perguntas sobre carreira, talentos e missão de vida. Após receber as respostas, Judy falou um pouco da diferença entre carreira (na qual usamos nossos talentos e estamos nos desenvolvendo) e emprego (que paga nossas contas). Ela conclui, alertando para o fato de que em nossa cultura somos recompensados por sermos ocupados. “Por isso – disse ela – daqui a algum tempo eu gostaria de saber de vocês o seguinte: que tipo de legado, afinal, vocês vão deixar?”.

Boa questão.

(A abertura deste evento ficou a cargo de Nádia Rebouças, diretora da Rebouças e Associados, empresa conhecida por desenvolver processos inovadores de comunicação estratégica. Nádia, gentilmente, nos concedeu uma entrevista, que pode ser lida aqui)

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Eventos no Rio (2a parte)

Grandes empresas como a Coca-Cola e McDonald’s e seus institutos sempre têm o que dizer quando o assunto é Responsabilidade Social ou Ambiental. Ainda que alguns de seus projetos e programas nestas áreas já sejam bem conhecidos por quem acompanha os eventos sobre o tema, vale a pena ouvir as novidades.

No II Fórum de Marketing e Responsabilidade Social, promovido pela Associação Brasileira de Anunciantes/RJ, a ABA Rio (veja a primeira parte do registro deste evento no post anterior), ficamos sabendo, através do gerente de comunicação da Coca-Cola, Maurício Bacellar, do programa “Água das Florestas Tropicais Brasileiras”, iniciado em 2007, e que conta com a parceria da Ong SOS Mata Atlântica para identificar áreas que precisam de reflorestamento. Com investimentos da ordem de 27 milhões de reais, o Instituto Coca-Cola pretende, em cinco anos, plantar até 3 milhões de árvores para proteger as matas ciliares.

A redução, a reciclagem e a reposição da água é uma das maiores preocupações da Coca-Cola. Por isso, a eliminação dos focos de desperdício, a busca por fontes alternativas e a ajuda para reabastecimento de aqüíferos têm sido uma constante no planejamento socioambiental de seu Instituto.

O uso do biodiesel em 15 fábricas e cerca de 1.000 veículos da frota da empresa é uma opção que visa contribuir com a redução de CO2 na atmosfera. E embalagens, uniformes e objetos de escritório já são feitos com materiais recicláveis como fibras pet e tetrapack.

Para completar a série de ações ambientais, um convênio recém-firmado com um dos grandes clientes varejistas da Coca-cola, o Wal-mart, vai garantir a ampliação de postos de coleta seletiva.
Na platéia, alguém questiona se não é mais interessante voltar a produzir mais embalagens de vidro, uma vez que elas têm um ciclo maior de reciclagem. Maurício explica que as garrafas de vidro têm de ser lavadas várias vezes, o que consome muita água e, portanto, acaba dando no mesmo. Além disso, o sistema bottle to bottle, aprovado em 2007 pela Anvisa, e que permite produzir novas garrafas Pet a partir de outras já recicladas, também torna a opção pela Pet a mais viável.


Instituto Ronald McDonald

Em seguida à apresentação do Instituto Coca-Cola, Francisco Neves, superintendente do Instituto Ronald McDonald, mostrou a evolução dos 20 anos das ações que representam a missão do Instituto: o combate e o diagnóstico do câncer infanto-juvenil.

A primeira ação aconteceu em 1988, com o Mc Dia Feliz, que tinha como objetivo – e tem até hoje - arrecadar recursos para a causa. O Instituto foi criado onze anos depois, em 1999, e de lá pra cá a instituição tornou-se referência na área de câncer infantil.

Ano passado, os destaques foram a ampliação do programa Casas Ronald McDonald e o lançamento do edital para o Programa de Diagnóstico Precoce.

Os cerca de 15 milhões de reais destinados aos projetos provêm de várias fontes além do Mc Dia Feliz: licenciamento de marcas, contribuição de empresas, programa de coleta de óleo, patrocinadores de eventos específicos e os recursos do “cofrinho, que têm uma arrecadação bastante significativa, chegando à 2 milhões em 2007 (os cofrinhos ficam disponíveis nas lojas do McDonald’s , onde o cliente pode depositar as moedas dadas como troco).

A pergunta que sempre aparece quando das palestras do Instituto refere-se à existência ou não de conflito entre a instituição e sua mantenedora (o McDonald’s), alvo constante de críticas em relação ao tipo de alimentação não-saudável que comercializa.

Francisco faz questão de dizer que sua resposta é apenas uma opinião pessoal. Segundo ele, a obesidade dos americanos, atribuída, em parte, aos fast food como o da cadeia McDonald’s, acontece pelo fato deles se alimentarem em excesso deste tipo de refeição e por serem adeptos do sedentarismo. “No meu tempo – diz ele – a gente comia alimentos cozidos na banha de porco e nem por isso ficávamos obesos. Mas por quê? Porque jogávamos bola, brincávamos de pique. Hoje as crianças passam o tempo todo na frente do computador”.

Outra pergunta apontou a questão dos emails que circularam na internet falando do desvio do dinheiro arrecadado pelo Mc Dia Feliz. Francisco respondeu que neste caso o Instituto fez uma contra-corrente, enviando uma outra mensagem com a prestação de contas de suas ações.a todos que comunicaram o Instituto do recebimento da mensagem/denúncia.


O Boticário


As Bonequinhas Solidárias foram a porta de entrada do Boticário no sistema de Comércio Justo, uma modalidade de comercialização que se caracteriza por inserir no mercado cooperativas – e outras formas - de produção artesanal, através do pagamento de um valor justo por estas mercadorias.

Em uma pesquisa feita junto aos franqueados, O Boticário constatou que 51% dos vendedores disseram que alguns consumidores entravam nas lojas só para comprar as Bonequinhas, 59% apontaram que os consumidores que compraram as Bonequinhas acabaram comprando outros produtos e 98% acreditam que as Bonequinhas trazem um benefício para a imagem da marca O Boticário.

Em 2007, quando teve início este projeto, a renda gerada para as 250 artesãs que participam desta iniciativa foi de 49 mil reais.

“No início - disse Márcia Vaz, gerente de Responsabilidade Social de O Boticário, as artesãs não sabiam exatamente quanto tempo levavam para produzir as Bonequinhas e nem quanto material gastavam. Hoje elas têm fluxo de caixa, graças às orientações do pessoal de supply chain da empresa e da capacitação feita pelo Sebrae.”

Márcia comentou que há empresas que tentam adquirir produtos através do Comércio Justo, mas desistem pelo fato dos artesãos, muitas vezes, não terem como entregar a mercadoria em grande quantidade e/ou não disporem de capital para iniciar a produção. “As empresas têm de ser flexíveis – diz Márcia. O Boticário, por exemplo, adiantou o capital para as artesãs começarem a fazer as Bonequinhas, mas com a promessa de que elas criassem um fundo para capital de giro.”

Fechando o evento, o Sest Senat (Serviço Social do Transporte / Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) apresentou suas ações...bem parecidas com o que já é feito pelos departamentos de recursos humanos de várias empresas.

Como dissemos no post anterior sobre este evento, a apresentação que mais chamou a atenção de todos foi a apresentação da Lira Alves Advogados Associados. O registro desta apresentação será feito na próxima semana, inaugurando a série “QUEM INFLUENCIA QUEM” (OU “A CORRENTE DO BEM”), que vai mostrar como ações sócio ou ambientalmente responsáveis de uma empresa influenciam outras a fazer o mesmo.

Até semana que vem!

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18/04/2008

Eventos no Rio de Janeiro

A lacuna que sentimos em relação aos eventos sobre responsabilidade social aqui no Rio de Janeiro foi preenchida por vários deles numa mesma semana. O que me fez lembrar minha avó que dizia: ”Dia de muito, véspera de pouco”!

Espero que a “profecia”, aqui, não se concretize e continuemos esse movimento de fazer a roda girar no Rio de Janeiro. Há coisas boas acontecendo: basta procurar que elas aparecem (nos próximos dias você vai poder acompanhar alguns dos fatos acontecidos nestes eventos).

Na terça feira, dia 15, estivemos na Firjan para assistir à palestra “Imagens e vozes da esperança. A Transformação através das mídias e estratégias de comunicação”, com Judy Rodgers, diretora e fundadora do Instituto Imagens e Vozes da Esperança, uma Ong internacional que promove diálogos com os meios de comunicação para fortalecer a mídia como agente transformador para a sociedade.

O evento, promovido pela ABERJ Rio (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) e patrocinado pela Vale, ocorreu de forma simples e bastante pragmática: em duas horas a simpática palestrante, colecionadora de amigos brasileiros como a Dra.Zilda Arns, nos falou sobre o trabalho que vem realizando. Em seguida, orientou a platéia em uma interessante dinâmica, para nos mostrar, de um modo prático e rápido, meios de nos conectarmos com questões geralmente deixadas em plano nenhum, tais como a necessidade de uma nova consciência e o impacto que nossas ações têm sobre o mundo e sobre nós mesmos.

Convidou-nos a pensar “o quanto nossa cultura não nos prepara e muito menos nos recompensa para sermos reflexivos”, o que significa dizer que internalizamos a cultura do tudo muito rápido, independente do impacto ou das conseqüências que isso possa nos causar.

Seguindo a maratona que já havíamos divulgado aqui e no nosso clipping, também estivemos no evento da Associação Brasileira dos Anunciantes do RJ, a ABA Rio, na Barra da Tijuca, e tentaríamos estar, também, no evento da Fundação Getúlio Vargas, no Centro (como este último acontecia no mesmo dia e horário do evento da ABA Rio, não tivemos como estar presentes).

No Fórum de Marketing e Responsabilidade Social, promovido pela ABA Rio, a proposta era promover o debate, levantar questões de interesse comum e, quem sabe, aprender algo novo e voltar correndo pra empresa ou pra casa e copiar (rsss).

Nosso sentimento era de ouvir não a reinvenção da roda, mas novidades fresquinhas e ações replicáveis para as empresas e para nós, profissionais que lidamos com a temática da responsabilidade social, de maneira que pudéssemos, todos nós, fazer algo diferente do dèja vu costumeiro.

Na verdade sempre vamos aos eventos com esse desejo de sentir aquele arrepio no corpo que só o novo, o ousado e diferente podem causar!

A Coca Cola, co-patrocinadora do Fórum, abriu o evento com a palestra do Maurício Bacellar, gerente sênior de Relações Institucionais (com quem já estivemos em outros eventos sobre o tema), que, como sempre, foi muito correto em sua apresentação. Maurício falou do programa de recuperação das matas ciliares, cujo objetivo é repor a água que consumimos, além de ajudar a evitar a erosão dos leitos dos rios.

Em seguida, o belo e apoiadíssimo case do Instituto Ronald McDonald foi apresentado por Chico Neves, Superintendente do Instituto que mostrou algumas informações mais recentes, como a que dá conta que a arrecadação nas lojas dos cofrinhos de doação espontânea pulou de R$ 200 mil reais em 2004 para R$ 2 milhões/ano ao longo do período 2004/ 2007, graças a uma bem sucedida campanha mostrando aos funcionários e clientes a importância destas doações, e que veio a tornar o Instituto referência nesse tipo de ação na América Latina.

A gerente de Responsabilidade Corporativa e Sustentabilidade do O Boticário, Márcia Vaz, falou sobre a experiência da empresa com o Comércio Justo, uma modalidade de comercialização que, segundo ela, pode vir a ser a solução para os pequenos produtores terem acesso ao mercado.

Mesmo que as empresas cujos cases e palestras não tivessem apresentado tantas novidades, o evento da ABA surpreendeu. Graças à presença do terceiro palestrante do dia: o jovem advogado pernambucano Nerivaldo da Lira Alves, da Lira Alves Advogados Associados.

Sua palestra foi entusiasmada, leve, apaixonante e divertidíssima... um verdadeiro show, com direito, inclusive, a forró no início e no final.

Não, não estamos comparado estilos e muito menos dizendo que é preciso ter um quê de “Cirque du Soleil” para produzir e divulgar conteúdos de qualidade, senão bastava que as empresas contratassem palestrantes pirotécnicos.

Também não estamos chamando o jovem advogado de clown ou afirmando que ele reinventou a roda. Mas o que mais nos marcou e contagiou o lotado auditório foi o fato de que Nerivaldo realiza suas ações com estilo próprio e movido pelos maiores combustíveis que um ser humano pode ter: PAIXÃO E FÉ. E bota paixão e fé nisso!

Quer conhecer os detalhes desse case espetacular? A partir da próxima 3ª feira nessa Blogosfera.

Até lá!

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14/04/2008

Entrevista com o presidente da ABA Rio

Esta semana nós batemos um papo com o presidente da Associação Brasileira de Anunciantes / RJ (ABA Rio), Sergio Azevedo, especialista em marketing e comunicação, que, em uma entrevista exclusiva à Focus Voice Comunicação, falou sobre a questão da Responsabilidade Social no Rio de Janeiro.

A ABA Rio está promovendo, nesta quarta-feira, dia 16 de abril, o
II Fórum de Marketing e Responsabilidade Social


Mais do que uma extensão da ABA São Paulo, a ABA Rio - criada em 2002 com o objetivo de valorizar as empresas e profissionais cariocas e “fazer as coisas acontecerem” no Rio de Janeiro - hoje é autônoma em suas ações e seus eventos já fazem parte do calendário empresarial do Estado.

A instituição, sempre preocupada com questões como educação, cultura e, principalmente, a sustentabilidade do planeta, tem, segundo seu “carioquíssimo” presidente paulistano, um recado para dar a todos que já ouviram falar em sustentabilidade: “Entrem nessa que vale a pena”. Em outras palavras: “Deixem-se seduzir pelas boas práticas de Responsabilidade Social Empresarial”. Confira a entrevista.


Por que o Fórum foi idealizado?

A ABA tem uma preocupação e uma noção muito grande de sua responsabilidade como instituição internacional que representa anunciantes e congrega diversos associados, os quais, como empresas, têm sua parcela de participação na vida da sociedade e do planeta.

Preocupados com essas questões, começamos, primeiro, uma discussão interna do que podíamos fazer em relação à sustentabilidade. Num segundo momento, resolvemos abrir a discussão e promover o debate e a disseminação de conceitos para o grande público e, em especial, aos anunciantes, além de profissionais que estejam no mercado e possam aplicar o que assimilaram.


Quais as expectativas para o II Fórum?

Nossa expectativa é de uma casa cheia de pessoas, que estarão lá para entender como essa pauta está sendo tratada hoje no mundo.A idéia é de que haja uma grande troca de informações, onde a dúvida de um possa ser esclarecida pela experiência do outro.

O tema da Responsabilidade Social não tem fim, sempre há o que aprender ou debater, e o que temos de fazer é estar vigilantes, afinal o mundo é um só.

A pesquisa “Percepção do Consumidor Brasileiro”, realizada pelo Instituto Akatu, o Ethos e a Market Analysis entre 2006 e 2007, concluiu, entre outras coisas, que é necessário mais do que uma comunicação publicitária para divulgar o conceito de Responsabilidade Social e Ambiental, e que deveria se ampliar o diálogo da empresa com o consumidor e estabelecer uma comunicação bilateral, no sentido de ouvi-lo também, e não apenas comunicar-lhe os fatos.

Está faltando estratégia de comunicação e, portanto, de informação no mercado e, em especial, no Rio de Janeiro?


A comunicação é um aprendizado, um processo e, como tal, é preciso tempo para ser aprimorado e entendido pela própria sociedade, que está começando a digerir o tema da Responsabilidade Social.

Na questão da informação, é fato que existe uma lacuna na realização de eventos e outras ações que possam produzir mais informações, por isso a ABA Rio foi criada com o propósito de ajudar a aprimorar o que esta sendo feito.

Um evento é uma satisfação à sociedade do que se faz. Só esse ano teremos 9 eventos realizados por nós aqui no Estado.

A cidade e o Estado do Rio de Janeiro têm uma excelente produção intelectual, com grandes nomes e muitas empresas, e iniciativas louváveis e reaplicáveis de Responsabilidade Social. Por premissa, em todos os eventos da ABA Rio, mesmo que sejam apenas sediados, e não organizados por nós, há pelo menos um palestrante e uma empresa carioca na mesa.

O Rio de Janeiro não deixa nada a dever a nenhum outro estado em nenhum aspecto, tanto que criamos um diferencial estratégico. Existem dois eventos criados e realizados exclusivamente aqui no Rio: o ABA Cultural e o ABA Marketing Esportivo.

E também há outra novidade criada pela ABA Rio: de dois anos pra cá realizamos cursos rápidos, de um dia, onde o profissional se aprimora e principalmente faz circular a informação.


Como avalia a atuação das empresas cariocas na questão da comunicação e da Responsabilidade Social?

Pessoalmente eu acredito - e essa também é a mentalidade da ABA - que tudo passa pelo processo educacional e cultural.

Ser socialmente responsável é um processo que leva tempo, mas temos grandes exemplos aqui no Rio de empresas com boas práticas, como, por exemplo, a Coca Cola, a Golden Cross, entre as grandes, e a Lira Alves Advogados, que é pequena se comparada às multinacionais e as de grande porte - embora em sua área seja considerada uma empresa de médio porte - mas tem uma atuação maravilhosa, o que mostra que o tamanho da empresa não é pré-requisito.

Por sua vez, o consumidor é cada vez mais exigente, e tem o poder de escolha. Ele quer como diferencial produtos que não agridam o meio ambiente. Então as empresas precisam estar atentas a essa demanda.

O Rio tem “cases” fantásticos que temos que valorizar e as empresas precisam entender que a sua própria sustentabilidade depende da sustentabilidade do ser humano e, portanto, do planeta.


O que é Responsabilidade Social?

É entender que a grande âncora é a Sustentabilidade e que, em decorrência disso, precisamos ter consciência de que o processo da Responsabilidade Social não se dará sem um processo educacional que sirva de base para a mudança de hábitos culturais. Sem eles, estamos comprometendo a existência do único planeta que temos para viver.


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03/04/2008

Mídia "espetaculosa"

Revistas alternativas, como a Carta Capital, vêm “comendo” o mercado da mídia impressa pelas beiradas.Enquanto isso, a antiga rainha do pedaço, a revista Veja, assiste, nos últimos anos, os seus pontos no ibope despencarem. Será que parte da população cansou da parcialidade da Veja? Sinais dos novos tempos? E a Globo, que desembolsa cada vez mais dindim para manter uma programação já existente, sem muitas novidades (no último Big Brother a emissora constatou que a fórmula começou a ficar desgastada e já pensa em mudanças significativas) ...o que pode se dizer dela? Que é mais um reinado que periga ruir? Não creio, mas é um indício de que, como diz aquele ditado, há algo de podre no reino da Dinamarca.

A mídia tradicional, muitas vezes, cheira a esgoto. Todas as mazelas do mundo viram manchetes de primeira página. Há pouco espaço nas redações para divulgar as boas notícias. Isso cansa. E pior: dá ao leitor e ao telespectador a falsa impressão de que o mundo, o país, a sua cidade não tem mais jeito.

Caso você tenha a assinatura de uma tv a cabo verá que o jornalismo internacional não é muito diferente. O americano, então, é de lascar. Experimente assistir à CNN, e depois de dez minutos aponte uma boa notícia que tenha ouvido neste canal. Conseguiu? Dificilmente.

Outro dia, folheando a revista Vida Simples, que eu adoro, me deparei com o desabado do colunista Caco de Paula, com o qual me identifiquei imediatamente:

Diz ele:

“As notícias da minha cidade às vezes mais assustam que informam. Na primeira página do jornal, no noticiário de rádio, nos programas de TV, "grandes assuntos" e pequenas misérias parecem reforçar a imagem de um mundo cheio de problemas sem solução. São tantas as notícias que acabam por se anular umas às outras, na montanha de fatos soterrada pela nova montanha que se acumula sobre a anterior e que também desaparecerá algumas horas depois.”

Logo adiante, ele completa:

“Assim, é uma felicidade quando um pequeno fato, aparentemente ingênuo e desimportante, resiste à avalanche de notícias do cotidiano e nos chega na forma de uma pequena grande idéia. Uma nota com apenas algumas linhas, publicada em Veja São Paulo, conta a história da arquiteta Adriana Irigoyen, síndica do edifício onde mora, que, ao organizar a coleta seletiva no prédio, notou que as pessoas jogam fora as orquídeas tão logo elas perdem a flor. Ela se juntou aos vizinhos e passou a recolher as plantas para colocá-las nas árvores da rua. As plantas, que iriam para o lixo tão logo perdessem as flores, agora são penduradas a 3 metros de altura nos troncos das árvores.”

Ponto para a Veja! Que é uma revista que, tirando as matérias sobre política e economia, oferece, às vezes, boas reportagens na área de comportamento e medicina.

Do clube do bem, ou seja, dos jornalistas que entenderam a importância da divulgação das notícias alvissareiras, consta a jornalista Amélia Gonzáles, do caderno Razão Social, do Globo, e o jornalista André Trigueiro, com o seu programa “Cidades & Soluções”, transmitido pela Globonews. São profissionais à frente do seu tempo, que batalham para mostrar ao público o outro lado do disco, o lado B, geralmente relegado a notinhas nos jornais e emissoras de tv.

Para terminar, gostaria de falar sobre a cobertura da epidemia de dengue que a imprensa tem feito no Rio de Janeiro. É nestas horas que, talvez, os jornalistas voltam a se lembrar da sua verdadeira missão, que é informar - e não deturpar a informação conforme a linha editorial do veículo. Com certeza vimos ótimos trabalhos no sentido de esclarecer a população. Mas não poderia deixar de comentar o tom alarmista e/ou sensacionalista com que alguns telejornais traduzem o fato. É de doer! Um amigo, cientista especializado no combate ao vetor do mosquito da dengue, usa a expressão “espetaculosa” para definir a cobertura destes últimos acontecimentos.

Se por um lado, a mídia presta um enorme serviço à população ao divulgar informações de esclarecimento, por outro corre o risco de levar as pessoas a um estado de pânico sem fundamento. Que a situação é grave todos nós sabemos. Mas...devagar com o andor que o santo é de barro!

Nunca esqueço de um chefe de reportagem com o qual eu trabalhei, em São Paulo, que durante um período difícil pelo qual a cidade estava passando, com quebra-quebras e incêndios em ônibus, nos pediu que procurássemos contrabalançar, nas pautas, os assuntos ruins com os bons, de forma que o telespectador não entrasse em desespero sem necessidade.

Foi um dos mais lúcidos profissionais com o qual eu já trabalhei.

E você? Conte pra gente que programas, revistas ou jornais você lê para saber da verdade dos fatos.

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02/04/2008

Produtos e serviços sustentáveis

Neste espaço você ou sua empresa podem anunciar produtos e/ou serviços relacionados à área da Sustentabilidade, ou seja, tudo que esteja envolvido com meio ambiente, consumo sustentável, etc.

Para deixar seu anúncio basta enviar um comentário. Veja como abaixo: