16/06/2008

As diversas faces da escravidão ou a escravidão nossa de cada dia

Não é que os temas não mereçam, mas não vou falar de tráfico de mulheres, de crianças, ou de trabalho escravo, mas de uma espécie de “coisa” que tem me incomodado muito, e que chamo de “escravidão consentida”.

Todos os dias juro que não vou tentar fazer os cabelos acordarem e ficarem lindos como os das imagens publicitárias,em seguida garanto que não vou me matar para dar conta de buscar todas as crianças na escola que como um grande complô docente, saem todas no mesmo horário em adivinhe, escolas diferentes.As vezes ouso dizer que também naquele dia não cederei aos apelos da sócia para cuidar melhor da minha parte e prospectar quem sabe o Eike Batista para investir na empresa.

Quem sabe a noite depois que todos dormirem, sabe aquela roupa que ninguém “pode” retirar da Jô (a Jô é minha máquina de lavar roupa) eu ao invés de fazer coisas mais agradáveis para o horário noturno, deva retirar eu mesma. Afinal, Jô faz muitas coisas menos pendurar a roupa sozinha!

Pensei em estudar umas coisinhas, assim uma reciclagem rápida em minha área de atuação profissional, entender a tal da WEB 2, ah tema pra estudar não falta né?!Tempo... alguém sabe onde encontrar?

Bom se eu continuar terei mais sobre o que protestar reclamar ou choramingar. Posso?

Ué, mas o que todas essas digamos reivindicações, tem a ver com o tema do Blog?!

É que tenho pensado muito que talvez deva ser mais responsável não apenas com o planeta afinal, as muitas informações produzidas pela Focus me legitima a dizer que estamos fazendo a nossa parte. Em casa ninguém da descarga no vaso antes do último sair de manhã (claro quando é possível), meu trabalho voluntário vai bem obrigada, sendo assim, acho que posso me permitir umas gentilezas comigo mesma.

Então, a partir de hoje lanço a campanha: “Seja Responsável com você mesmo”!

Quero convocar os prezados leitores, amigos, colegas, parceiros, enfim vocês aí mesmo para entrarem nessa comigo, SER BACANA com a pessoa mais importante do mundo VOCÊ.

Quer saber?Se der para “acordar” os cabelos muito bem, mas se eles não quiserem qual o problema?Tem trabalho pendente, ora se organize melhor e nada de assumir tudo como se fosse uma mistura de Mulher Maravilha, com Super –Homem e Homem Aranha(que coisa horrenda).

Ok se atrasar sempre não dá, mas, uma vez ou outra, alguém pode esperar um pouquinho, por favor?

O resultado desse monstro no final das contas, não tem sido lá muito motivo de orgulho para mulheres e homens pelo que posso perceber afinal, como o exemplo deve vir de casa, e nesse rodamoinho de exigências quase macabras para darmos conta do tudo que achamos que devemos dar conta, acabamos cobrando o mesmo dos nossos pobres “Stakeholders” os mais próximos pelo menos, e o resultado só pode ser:

Nossos funcionários lendo o livro: ”Trabalhar com você está me matando”, nossos amigos desistindo de nos esperar para algo fazer algo legal. Amores... esses então como sofrem sejam eles filhos, pais, homens ou mulheres. E essa pessoa a quem você deve dar mais atenção, cuidar mais da saúde dela, ajudá-la a ter mais prazer e lazer, ou seja, buscar uma vida mais equilibrada essa tal de VOCÊ?!Está em débito com ela não é?

O bacana é que mesmo assim, você ainda é a única pessoa no mundo que realmente nunca desiste de você. Sempre há uma nova oportunidade de recuperação, retratação, chance de começar de novo.

É só saber aproveitar que ta tudo certo afinal, quem não se gosta, não se cuida e quem não cuida de sua própria Sustentabilidade, vai poder cuidar da do planeta ou de mais alguém???

Bom nós começamos hoje, se você quiser fazer parte da campanha “Seja Responsável com você mesmo” é só começar, não tem ninguém de olho, mas, se quiser mandar receitinhas, fórmulas não mágicas, opiniões, medos ou apenas compartilhar fique a vontade, o que já é uma atitude bacana!

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06/06/2008

E POR FALAR EM RESPONSABILIDADE...

Dois recordes e um silêncio

Eduardo R. Gomes*

Os meio de comunicação têm repetidamente mostrado nos seus noticiários dois recordes que são próximos, sem, contudo, explorar muito as relações entre eles: os recordes de produção da indústria automobilística e os de congestionamento de São Paulo e de outras grandes cidades. Além de ressaltar o lado positivo do primeiro recorde para a economia, o noticiário tem basicamente explorado, no caso dos congestionamentos, os impactos negativos que eles provocam - e o que o governo pode fazer para solucionar estes problemas.

Os dois recordes, entretanto, podem ser mais aproximados e uma coisa que os conecta é o silêncio da automobilística sobre o segundo recorde, o dos congestionamentos. Não que os congestionamentos sejam causados pelos recordes de produção de veículos, mas eles têm relação direta com a utilização, pelo consumidor, desses automóveis - e mesmo com o tipo de veículo que as montadoras têm produzido.

Sobre este último aspecto, por exemplo, não se ouve uma única palavra da parte dos fabricantes acerca de carros mais econômicos, menos poluidores e mais seguros (como existem). Por outro lado, sobre o uso dos veículos, creio que seria mais que natural, ainda mais com a preocupação das empresas no Brasil de hoje em serem "socialmente responsáveis", que a indústria se colocasse como um interlocutor legítimo no encaminhamento de soluções para os congestionamentos, assim como para outros problemas que têm um impacto direto no seu produto. (Inclusive porque o setor corre o risco de seus anúncios com carros se movimentando livremente pelas ruas se tornarem pura ficção.)

E o que poderiam fazer os fabricantes, além de melhorar a qualidade dos produtos que oferecem, aliás, sem incluir isto como acessórios dos modelosde luxo, como fazem há anos? Creio que podem, no mínimo, se manifestar no debate público sobre os problemas do sistema de transportes do país, opinando não só sobre os congestionamentos e as alternativas para o trânsito nas grandes cidades, mas também sobre o destino das taxas e impostos que incidem sobre aos veículos, sobre os modelos de privatização das rodovias, entre outras questões. Talvez até devam fazer isso porque uma solução duradoura dos problemas de transporte no país depende do envolvimento das montadoras, digamos, como indústria e como um membro de nossa sociedade.

Este silêncio fica ainda mais surpreendente quando empresas de outros ramos tomam uma posição sobre o assunto, como pode ser visto na instalação de bicicletários nas estações de metrô do Rio de Janeiro pela Sul América Seguros. Claro que ninguém imagina que isto irá resolver os problemas do trânsito da metrópole carioca, mas tal iniciativa - mais que louvável, diga-se de passagem - mostra que há vários espaços para que as empresas (automobilísticas, inclusive) mostrem uma voz colaborativa em questões que afetam a sociedade em geral (como os congestionamentos).

* Doutor em Ciência Política pela Universidade de Chicago, Professor deResponsabilidade Social do MSG/LATEC, UFF - email: gomeduar@gmail.com


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