06/09/2008

EU MUDEI


Gabriela Andrade tem 28 anos e é produtora de tv. Além disso, é uma cidadã consciente. Ou pelo menos está a caminho de. Por isso fomos conversar com ela para descobrir como é que a sua "ficha" caiu, e como vem conseguindo mudar hábitos tão arraigados. Afinal, nada como pessoas comuns, como nós, para mostrar que não é tão difícil como parece adotar posturas mais bacanas em relação a este mundinho tão desorientado onde vivemos.




Que tipo de atitudes você tem adotado na sua vida para levar uma vida mais saudável e, ao mesmo tempo, mais responsável com o planeta?


As nossas atitudes são fruto de uma cultura, da maneira que somos criados, da nossa educação. Nasci em 1980 e nessa época a questão ambiental não era uma pauta tão presente nos programas de TV e jornais quanto é hoje, favorecendo e encorajando a sociedade a estabelecer uma nova prática cultural - sem que isso soe como exotismo ou extravagância.


Como posso, então, ao longo dos meus 28 anos de vida, querer ter sido uma pessoa atuante e engajada na luta pelo planeta? Não seria bom para a minha consciência me culpar por tantas vezes ter ido ao supermercado com vários saquinhos plásticos envolvendo minhas compras ou por ter me deliciado com as friturinhas e carninhas que comi todos estes anos. Afinal, tudo isso me transformou no que sou hoje, e gosto de mim.


Saudável para o planeta e para nós mesmos é ter coragem de mudar os atos em qualquer tempo, e meu tempo é agora. Já carrego minha sacolinha quando vou ao supermercado e os churrasquinhos já não me fazem salivar como antes. Mas acredito que isso acontece naturalmente, sem radicalismos ou alardes. A revolução é pessoal e a responsabilidade é de todos.


Que outras atitudes tem feito parte desta sua “revolução pessoal”?


Coisas aparentemente pequenas, mas que nos deixam mais leves quando aplicamos em nossas vidas: evitar o desperdício apagando a luz , fechando a torneira, cozinhando só o necessário para comer, enfim. Consumir alimentos orgânicos, descobrir novos sabores, reparar as cores, dar bom dia... e estar sempre disposto a melhorar! Essas atitudes são infinitas, a gente só precisa descobri-las, mesmo que seja lentamente.



Você nos disse que, recentemente, dois filmes “fizeram a sua cabeça” neste sentido. Que filmes são esses?


Assisti "A Carne é Fraca", de Nina Rosa e "Terráqueos", de Shaun Monson, narrado por Joaquim Phoenix. Desde então não comi mais carne vermelha nem frango. Mas tenho comido peixe, que gosto muito. O que me chamou a atenção foi o conteúdo informacional que os dois filmes trazem. Principalmente o primeiro, com depoimentos de profissionais de diferentes áreas, bem embasados e objetivos.



O segundo é um filme mais chocante, com apelo mais focado nas imagens, coisa que funciona bem nos tempos de hoje.


Tenho visto muitas mensagens do tipo "o mundo é o que você come". De fato, a questão da pecuária e a maneira agressiva como ela devasta o planeta e a vida é algo que não podemos ignorar, mas também devemos tomar cuidado em como iremos nos posicionar diante desse problema.


Cortar alimentos do cardápio deliberadamente, sem orientação ou conhecimento, pode ser um ato suicida. E não há crime maior no mundo do que este: fazermos mal a nós mesmos. Assim, como tudo na vida, mudar os hábitos em prol de uma melhora de comportamento e evolução pessoal exige lucidez, sabedoria e precaução.



Qual é a melhor forma de conscientizar alguém sobre algum assunto?


A melhor forma de convencimento é a prática. Na medida em que praticamos algo, fica mais fácil convencer os demais que aquilo pode ser incorporado no nosso dia-a-dia; e isso vale para coisas boas e ruins. Assim, praticar coisas boas, ações voltadas para o bem de todos, só tende a gerar uma atmosfera cooperativa que trará benefícios para todos.







4 comentários:

Vanessa Pessoa disse...

De fato, o melhor exemplo vem na prática e eu diria que também na tolerância, pois, ao estarmos atentos para as necessidades e vontades dos outros, criamos um canal sincero de comunicação e troca e, desta maneira, fica muito mais fácil convencer e, de quebra, ser convencido.

Saulo de Andrade Martins disse...

Biba - como a chamo pessoalmente - tem raz~ao. Esse tipo de consci^encia 'e muito importante para o desenvolvimento do Planeta, que j'a est'a pra l'a de devastado!

Anônimo disse...

Isso é o que posso chamar de prima nota 1000!!!! Tenho também sentido essa necessidade. Mas tenho um marido carnívoro e um filho pequeno também. Mas começamos essa coinciência lá em casa na preocupação com o meio ambiente, na reciclagem de papel, plásticos, alumínio e óleo de cozinha, levamos tudo na companhia de limpeza que ainda bem que na minha cidade já faz esse trabalho. A escola de meu filho trabalha essas questões, e isso vai deixá-lo muito mais conciente do que eu, que estou aprendendo agora. Agora luz, água...isso a gente aprende de qualquer jeito porque dói no bolso. E por último a gente quando se torna mãe passa a olhar a vida como um todo, se a gente pode melhorar para que piorar...Beijos Erika

Rafaela Pimentel disse...

Mucio comenta.
Biba, minha filha querida, fiquei feliz em ver suas colocações a respeito de atitudes e posturas pessoais que podem nos ajudar a viver melhor, em vários sentidos. É importante cuidar de nós mesmos, para nos sentirmos bem, entendendo assim que é importante cuidar daqueles que convivem conosco, para que se sintam bem também. Jesus disse: amai o próximo, como a ti mesmo. Há poucos dias, um companheiro lendo uma mensagem espírita, deparou com um enunciado que nos levou à reflexão: "não se sentir ofendido é mais importante que perdoar". Fiquei a pensar, concluindo logo: é evidente..., quem não se sente ofendido não tem o que perdoar.